segunda-feira, 7 de março de 2011

Sobre a vida selvagem - por Mariana

Quem tem um bebê em casa cria uma conexão instantânea com a mãe natureza. A vida vira um documentário da Discovery Channel, com aquele monte de mães e filhotes se enroscando pela selva. E sim, a selva agora é a sua casa. Welcome to the jungle!

Um bebê é um mini mamífero que fareja a mãe à distância e pega objetos com os pés feito um mico leão dourado. Tem aquele olhar abestalhado de cachorrinho pequeno tentando entender o mundo, e se mexe com a mesma descoordenação de um potro pernalta recém-nascido. Bebês franzem a fuça e dão botes com as boquinhas desdentadas, tentando abocanhar nosso nariz, ou mãos, ou joelhos.


Bebês guincham, grunhem, e às vezes ronronam esfregando a carinha na gente, coisa mais lindinha de deus. Maiorzinhos, os humanos filhotes sobem nos adultos quando eles deitam. Vêm escalando, se enroscando, e se instalam nos ombros, ou em cima da cabeça, feito um leãozinho que descansa desajeitadamente na cabeça da mãe.

Bebês inspiram em nós - orgulhosos portadores de tele-encéfalo altamente desenvolvido e polegar opositor - os comportamentos mais primais. Exemplo: não há pessoa NO MUNDO que resista a dar uma boa cheirada na cabeça de um bebê. Sério, podem reparar: é só alguém pegar um bebezinho no colo que em algum momento vai rolar uma cafungadinha na cabeça. É sutil, inconsciente e incontrolável. Deve ter a ver com uma necessidade ancestral de reconhecimento pelo cheiro.


Outro exemplo: a gente sempre acha que os nossos bebês cheiraminsuportavelmente bem, apesar de tudo de nojento que os cerca. Não há pai ou mãe que não se derreta até virar uma pocinha no chão com o cheirinho do filho, mesmo com chulézinho no cangote ou os cabelinhos molhados de suor. Pior é que a gente SABE que é futum, mas a mente não concorda. O que é isso, senão instinto de bicho dominando a nossa razão?




E o apelo irresistível das casquinhas de cabeça? Quem não AMA arrancar casquinhas? Ah, não sei vocês, mas eu amo. Não posso com uma cabeça cheia de crostinha - não me controlo, não me aguento, poderia passar hoooras futucando. Dá vontade de sair pela floresta, abraçar um chimpanzé e dizer, amigo, eu te entendo! (a diferença é que eles, os chimpanzés, comem as casquinhas, piolhos e o que mais se aproveitar da futucação, o que já é um pouco demais até pra mim...)


Pois é. Humanos, macacos ou leões, na hora em que a gente bota uma cria no mundo é que vira bicho pra valer. E finalmente entende que aquela velha piadinha que diz:"conheça a vida selvagem, tenha filhos!" é bem mais literal do que a gente podia supor.


Por: http://pequenoguiapratico.blogspot.com/

2 comentários:

  1. AMEI esse post do Pequeno Guia Prático. Sempre estou por ali também e adorei conhecer esse espaço aqui.

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